Vamos continuar falando sobre como é estar no céu, pesquisando de várias fontes e um pouco do meu conhecimento, descrevo a vocês, queridos leitores, um pouco mais sobre a arte de cair dos céus:
Precisão:
Esta é a mais antiga modalidade do pára-quedismo. É praticada com o velame aberto e o objetivo é atingir uma “mosca” no centro de um alvo determinado com 2,5 centímetros de raio. O alvo oficial de pára-quedismo tem 25 metros de raio, sendo os primeiros 10 metros centrais de areia e os 15 metros periféricos de seixo rolado. Atualmente os alvos modernos possuem marcação eletrônica na área próxima a mosca, facilitando e dando maior precisão nas marcações. Após o surgimento dos pára-quedas retangulares, com maior manobrabilidade do velame, as marcas de pouso desta modalidade caíram de dezenas de metros no inicio dos anos 40 para menos de meio metro nos campeonatos atuais. Durante as competições mundiais poucos atletas fazem marcas superiores a 15 cm, alguns deles costumam fazer sucessivas moscas seguidas, desempatando com diferenças menores que 5 centímetros ao final de vários saltos. Estas competições em geral são bastante emocionantes.
Estilo:
Junto com a “Precisão” compõe as provas do “Pára-quedismo Clássico”. Em geral as provas clássicas são mais praticadas nas competições militares, uma vez que a precisão dos saltos é fundamental para a atuação das tropas de elite de qualquer força. O “Estilo” é uma prova bastante técnica e realizada em queda livre. O atleta abandona a aeronave a sete mil pés de altura e face ao solo inicia uma seqüência de manobras com quatro curvas de 360 º para ambos os lados e dois loopings. Conhecida como “série de estilo” esta seqüência de manobras é registrada por uma câmera de solo possibilitando o julgamento do atleta. O tempo que se demora a efetuar a série é registrado e os erros dos giros são transformados em acréscimo de segundos. Ganha quem alcançar a menor média de tempo para fazer às seqüências completas. No “Estilo” é necessário muita concentração, as disputas são bem acirradas pelos décimos de segundo.
Trabalho Relativo de Velame:
Modalidade também praticada com o velame aberto, onde conta a perícia de pilotagem dos pára-quedas. O objetivo é reunir a equipe durante o vôo e construir o maior número de figuras no menor tempo possível. A competição pode ser feita com um pool de figuras sorteadas, quando se repetem as seqüências estabelecidas pelo sorteio ou, por “rotação”, quando a figura é a mesma e revezam-se somente as posições dos atletas mantendo a figura original. Em ambos os casos o número de figuras ou pontos são observados e válidos dentro de um determinado período de tempo, ganhando a prova quem fizer o maior número de pontos. A beleza dos diversos velames voando juntos nestes saltos é indescritível.
Formação em Queda Livre – FQL:
Esta é a modalidade mais praticada e competitiva do pára-quedismo, reúne um grande número de adeptos por exigir uma técnica apuradíssima dos fundamentos necessários para o vôo do corpo em queda livre. Esta modalidade objetiva a formação do maior número de figuras no menor tempo possível. As seqüências das figuras também são sorteadas e executadas por times de 4, 8 ou 16 pára-quedistas. Todos os times têm um “Camaraman” que registra o salto e entrega as imagens aos juizes das provas. Estes contam o número de figuras conseguidas dentro de um determinado tempo e as transformam em pontos, que somados ao final da competição determinam o time vencedor. Aqui, o desafio dos saltos garantem a adrenalina.
Freestyle:
Esta modalidade nasceu com a evolução das habilidades e conhecimentos das técnicas da queda livre. Os atletas saltam em duplas optando por um tipo de queda livre em que o controle dos giros e das posições dão origem a seqüências similares as da ginástica acrobática ou olímpica e dos saltos ornamentais. Equilibrar-se e ter controle nas mais variadas posições do corpo exigem bastante treinamento. O uso do vídeo também esta presente nesta modalidade, mas agora não somente para registrar um salto para julgamento, mas sim para o “camaraman” interagir com o “freeflyer” na seqüência de manobras sendo também julgado pela qualidade artística da filmagem. O “freestyle” é um maravilhoso ballet aéreo.
Freefly:
É a mais nova modalidade do pára-quedismo. A queda livre é feita de todas as formas, as manobras básicas são sentadas, em pé e de cabeça para baixo (“head dow”). Nos times de “Freefly”, formado por três atletas, o vídeo aparece novamente e também conta no julgamento. Apesar de nova, esta modalidade já atraiu muitos adeptos pela descontração e alegria dos saltos, que são sempre muito divertidos.
Skysurf:
Inventado pelo francês Patrick Degaerdon ao final dos anos 80, o “Skysurf “ é semelhante ao “Freestyle” e também é praticado em dupla com um “camaramam”. A prancha dá muita emoção aos saltos, permite manobras originais e possibilita giros bem mais rápidos, fazendo do surf no ar uma modalidade fascinante. A maior e mais famosa competição do “Skysurf” acontece anualmente no “Extreme Games”, a olimpíadas dos esportes de ação. Aqui a interação entre o “skysurfer” e o “camaramam” é de vital importância para as duplas.
Cross Country:
Esta é uma modalidade normalmente praticada em dias de vento forte com o objetivo de cobrir a maior distância possível com o pára-quedas aberto. O salto é feito com vento de cauda (empurrando o pára-quedista) e o segredo está no cálculo correto do PS (ponto de saída da aeronave). Entram nas variantes deste cálculo a altitude da aeronave, a velocidade do vento, o planeio do velame e peso do atleta. Dependendo do vento no “Cross Country” é possível percorrer dezenas de quilômetros e ainda atingir o alvo, ou seja, saltar em uma cidade e chegar em outra por exemplo.
Wing Fly:
Nesta modalidade o grande atrativo é a velocidade horizontal, o objetivo aqui é curtir muito o vôo percorrendo a maior distância possível em queda livre. Para que isso seja possível, os saltos são praticados com macacões próprios para possibilitar este deslocamento, possuem asas que se inflam com o vento entre os braços e o tronco e entre as pernas. Esta grande área permite os deslocamentos verticais de até 160 quilômetros por hora com uma razão bem menor de descida, o que faz a queda livre chagar a quase dois minutos. Por ser a modalidade mais nova do pára-quedismo, ainda é a menos praticada no Brasil, mas promete pegar pela grande emoção descrita pelos que já experimentaram.
Salto Duplo ou Tandem:
Esta é a maneira mais fácil de conhecer o pára-quedismo. Qualquer pessoa pode desfrutar dos prazeres da queda livre caindo na carona de um experiente pára-quedista por 45 segundos. O salto é extremamente seguro, dispensa o curso e após um rápido briefing o passageiro já pode voar. Para os iniciantes do pára-quedismo, o salto duplo pode ser um excelente meio de adaptação funcionando como o começo de uma progressão no esporte.
Existem outras, mas por enquanto esta bom né?